17 de novembro de 2013 ADM0

Em 8 de novembro de 2013, o relator Dep. Jorge Bittar (PT-RJ) da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) emitiu seu parecer favorável ao Acordo de Adesão do Brasil à ESO, o qual pode ser acessado no link:

https://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1177744&filename=Parecer-CCTCI-12-11-2013

Apenas cinco dias depois, em 13 de novembro, o relatório foi aprovado pela CCTIC. O áudio da sessão pode ser ouvido através do link:

https://dl.dropboxusercontent.com/u/48471115/ESO_Brasil_CCTCI_20131113.mp3

O Relatório ressalta que o Brasil tem acesso aos telescópios desde 2011 e que até hoje já foram obtidas um total de 147 noites de observação por brasileiros. A estimativa do custo por noite é de aproximadamente 50.000 a 100.000 euros dependendo do telescópio.

Além de tempo em telescópios, o relator enfatiza os benefícios também para a indústria nacional. A construção de grandes instrumentos de alta tecnologia terá impactos em áreas paralelas, inclusive industriais. Lembrando que as normas internas do ESO estipulam que 75% dos investimentos de um dado país devem retornar como benefícios à indústria local. Espera-se também um desenvolvimento da atividade aeroespacial.

A formação de cientistas brasileiros certamente se beneficiará de uma maior inserção da comunidade científica brasileira na internacional. A única maneira dos astrônomos brasileiros terem acesso ao ALMA é através deste acordo.

Por fim, o relatório avalia os benefícios ao Brasil resultantes da adesão à ESO como:
• Aumento da produção científica e tecnológica brasileira;
• Desenvolvimento da educação superior brasileira nas carreiras científicas;
• Bens e serviços de empresas brasileiras via concorrência para construção de novos instrumentos;
• Aprendizado tecnológico da indústria nacional em setores de ponta da indústria europeia;
• Programas de popularização de ciência da ESO trarão benefícios para o sistema de ensino médio, básico e fundamental.

A próxima comissão importante agora é a de Finanças e Tributação (CFT), cujo relator é o Dep. Afonso Florence (PT-BA).



16 de novembro de 2013 ADM0

Adultos, adolescentes e até crianças de 6 anos formaram o público que prestigiou as atividades em comemoração aos 10 anos do Miniobservatório Astronômico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos (SP). No dia 30 de outubro, equipe da Divisão de Astrofísica se mobilizou para receber os visitantes, muitos deles funcionários e colaboradores do próprio instituto.

Foram programadas duas sessões para visualização do céu com o telescópio – uma no período da tarde e outra à noite – e ainda uma palestra. Das 14h às 16h, os visitantes puderam observar o disco do Sol. “Usando filtros astronômicos apropriados que cortam 99,99% da luz visível, captamos imagens e observamos dois grupos proeminentes de manchas solares entre aqueles presentes naquele dia”, conta André Milone, pesquisador da Divisão de Astrofísica do INPE.

Além de ter a oportunidade de utilizar o telescópio, cerca de 20 visitantes foram atendidos por estudantes do Programa de Pós-graduação em Astrofísica do INPE, que deram explicações sobre o Sol e apresentaram sites astronômicos que disponibilizam imagens do astro em outras faixas do espectro eletromagnético. Como se repetiu à noite, pesquisadores e pós-graduandos demonstraram o uso de planisférios e auxiliaram no reconhecimento dos astros no céu a olho nu.

Um público maior, de aproximadamente 100 pessoas, participou das atividades noturnas, entre 19h e 21h30. Palestra proferida pelo pesquisador José Williams Vilas-Boas abordou o nascimento do Sistema Solar e, em seguida, os visitantes partiram para a observação do céu noturno. Alem do telescópio do Miniobservatório, três outros foram usados.

“Colocamos outros telescópios no entorno do prédio do Miniobservatório, sendo que dois deles foram construídos durante um curso de extensão para professores”, conta Milone. “Todos os visitantes viram o planeta Vênus bem brilhante. No telescópio principal foi possível observar com aproximadamente 190 vezes de aumento. Alguns visitantes conseguiram ver um aglomerado globular apesar das condições atmosféricas bem adversas (o céu estava sendo coberto por nuvens)”, completa o pesquisador do INPE.

Visitas regulares

O Miniobservatório Astronômico foi inaugurado em 2003 para dar suporte às atividades de difusão, pós-graduação e pesquisa da Divisão de Astrofísica da Coordenação de Ciências Espaciais e Atmosféricas do INPE, que mantém um programa regular de visitas semanais direcionadas a estudantes a partir do 4º ano do ensino fundamental.

Cada visita é constituída pela visualização de astros com telescópio, caso as condições de céu permitam, e por uma palestra sobre um tema astronômico, ministrada por um pesquisador em Astrofísica. As visitas devem ser previamente agendadas, de acordo com os procedimentos informados no site do Miniobservatório: https://www.das.inpe.br/miniobservatorio/visitas.php

André Milone (DAS/INPE)


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20 de outubro de 2013 ADM0

Em outubro de 2011 um conjunto de 26 pesquisadores com doutorado em Astronomia, trabalhando em instituições do estado de São Paulo, submeteu à FAPESP uma proposta de participação no Projeto GMT (Giant Magellan Telescope). Sobre o telescópio assista ao video:
https://www.youtube.com/watch?v=FVVSGcfFWVc

Esse é um projeto de construção de um telescópio de 24 m, a ser instalado em Las Campanas. A FAPESP submeteu a proposta a pareceristas internacionais e, há alguns meses, recebemos cópias dos pareceres, todos extremamente positivos. Em função disto e antes de tomar uma decisão definitiva, a FAPESP solicitou que respondêssemos a quatro questões e realizássemos um workshop científico, nos moldes do que foi feito no processo de avaliação do LLAMA.

Estamos organizando esse workshop para os dias 13 e 14 de novembro próximo. Na oportunidade contaremos com a presença e apresentações de Wendy Freedman, Presidente do Board of Directors e de Pat McCarthy, Diretor do Projeto GMT. Além disto, estamos convidando diversos pesquisadores de instituições do estado de São Paulo e alguns de outros estados para fazerem uma breve apresentação de um trabalho científico de livre escolha. O evento terá início no dia 13 as 9:30 e será realizado no auditório da FAPESP.

João Steiner (IAG-USP)


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7 de outubro de 2013 ADM0

Comunicamos que foi realizada a Quinta Escola Avançada do INPE entre os dias 16 e 20 de Setembro de 2013 no campus do INPE. A escola cobriu 4 tópicos em Cosmologia:

A Estrutura em Grande Escala no Universo e Grandes Levantamentos, ministrada pelo Dr Brice Menard da John Hopkins University;
A Radiação Cósmica de Fundo / Novos resultados do Planck, ministrada pela Dra Graça Rocha e pelo Dr Krzysztof Gorski, ambos do JPL/Caltech;
Simulações Cosmológicas, ministrada pelo Dr Neal Katz da Univ. of Massachussets; e
O Mistério da Existência, ministrado pelo Dr John Leslie, professore emérito da Univ. of Guelph.

Tivemos também a apresentação feita pelo homenageado do evento, Dr. José Antônio de Freitas Pacheco do Observatório de Nice, sobre os 50 anos de história da Cosmologia no Brasil.

A escola contou com 58 participantes das mais importantes instituições no Brasil onde se desenvolve Cosmologia teórica e observacional: IFT, IFUSP, INPE/DAS, CBPF, ITA, Mackenzie, ON/MCT, UFES, UFRGS, UNB, UNIFAL. Além disso, dois estudantes do exterior, um da PUC/Chile, e outro da Universidad de Guanajuato/Mexico. Os arquivos PDF de todas as palestras estão disponíveis no endereço abaixo.
https://www.das.inpe.br/school/AdvancedCourse/program.php

Foi um enorme prazer ter os participantes em nosso instituto durante o evento e esperamos que tenham aproveitado o máximo. A Escola Avançada do INPE é organizada com o intuito de colaborar para a melhor formação de profissionais na área.

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Carlos Alexandre Wuensche (INPE)
Joaquim Costa (INPE)
Karín Menéndez-Delmestre (OV/UFRJ)
Marcos Lima (IF/USP)
Oswaldo Duarte Miranda (INPE)
Reinaldo de Carvalho (INPE)


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5 de outubro de 2013 ADM0

Livro com intuito de tornar o aprendizado de Ciências divertido é lançado pela Editora Átomo. O livro, intitulado “Jogos para o ensino de Astronomia” tem como organizador Paulo Bretones, o Coordenador da COMED (Comissão de Ensino e Divulgação) da SAB, e conta com capítulos escritos por associados da SAB.

O livro apresenta uma proposta para auxiliar o ensino de Astronomia, nos níveis fundamental e médio, oferecendo recursos didáticos na forma de jogos. Inicialmente aborda o interesse e as dificuldades encontradas pelos professores para ensinar o assunto, propondo o lúdico como potencial para o aprendizado. A seguir apresenta dez jogos, de diversos tipos, utilizando tabuleiros, cartas, bingos e até corporais ou sinestésicos. Por fim, apresenta uma discussão e propostas para aprendizagem de Astronomia em ambiente virtual. Assim, como forma de divertimento, traz a possibilidade de ensinar e aprender Astronomia por meio de brincadeiras.

Os jogos foram adaptados ou criados por um grupo de 17 autores que atuam na formação de professores na área de Educação em Astronomia no Brasil e no exterior. Além da participação dos autores dos jogos, o livro tem o prefácio do Prof. Marcos P. Leodoro (DME/UFSCar), do Projeto Ciência Lúdica.

O link referente ao livro no site da editora é:
https://www.grupoatomoealinea.com.br/jogos-para-o-ensino-de-astronomia.html



26 de setembro de 2013 ADM0

ASSIM CAMINHA O ACORDO DE ADESÃO DO BRASIL À ESO
26 Sep 2013 5:56 PM | Adriana Valio (Administrator)
O acordo de adesão do Brasil à Organização Europeia de Pesquisa Astronômica no Hemisfério Austral (ESO), após aprovação do relatório da CREDN em Plenário no dia 12 de setembro, deu entrada em 18 de setembro simultaneamente nas outras três comissões pelas quais deve passar. Os relatores da CCTCI e CFT já foram designados.

Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) – Relator Dep. Jorge Bittar (PT-RJ)
Comissão de Finanças e Tributação (CFT) – Relator Dep. Afonso Florence (PT-BA)
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)

Para acompanhamento da tramitação do processo basta acessar aqui.

Adriana Válio
Presidente da SAB



18 de setembro de 2013 ADM0

Motivada pela reportagem da Revista Carta Capital, a Comissão Espacial da SAB após várias discussões se posicionou sobre a questão do Programa Espacial Brasileiro (PEB) e o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e decidiu enviar uma carta à presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Dra. Helena Nader que transcrevo a seguir. A carta foi enviada ontem, dia 16 de setembro de 2013. Cópias desta carta foram também enviadas para a SBGf, SBF, AAB e Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB).

Por coincidência o edital do Jornal O Estado de São Paulo trata justamente desta questão.

São Paulo, 16 de setembro de 2013
Exma. Sra
Dra. Helena Nader
Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
São Paulo – SP

At.: Programa Espacial Brasileiro
c/c: Agência Espacial Brasileira AEB/MCTI

Prezada Presidente da SBPC Dra. Helena Nader,

O desenvolvimento das atividades espaciais no Brasil desde 1961 tem se deparado com inúmeros desafios que comprometeram e ainda impedem que o Programa Espacial Brasileiro (PEB) seja bem sucedido.

Em governos passados, foi notório o aporte descontínuo e insuficiente de recursos combinado com a falta de mão de obra e de uma política de incentivo e promoção da participação das indústrias no PEB. Devemos destacar o contínuo cerceamento tecnológico ao Brasil produzido diretamente pela restrição ao acesso a componentes e equipamentos considerados sensíveis por governos estrangeiros e por tratados internacionais como o MTCR- Missile Technology Control Regime. O Brasil atualmente é signatário do MTCR, porém continua sofrendo restrições à importação de vários itens essenciais para as atividades espaciais, pois os países em questão levaram anos e empenharam muitos recursos para dominar essas tecnologias e, naturalmente, podem sentir dificuldades em aceitar acordos de transferência tecnológica. Apesar do desenvolvimento conjunto de satélites científicos ser um bom instrumento para facilitar o diálogo com as nações estrangeiras, há sempre o risco de que a escolha dos parceiros limite o leque de oportunidades em função dos interesses geopolíticos dessas nações.

Em outubro próximo, a Presidenta Dilma deverá ir aos EUA para tratar das relações entre Brasil e EUA com a perspectiva de celebração de acordos envolvendo o PEB, em particular, o uso do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). A Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), como entidade civil diretamente interessada na promoção e desenvolvimento da ciência e da tecnologia espacial no Brasil, vem por meio deste documento alertar a SBPC e os vários órgãos e entidades envolvidas com o PEB a respeito de alguns aspectos que ela considera importantes. Para que qualquer acordo proposto, ou que venha a ser celebrado, entre Brasil e EUA seja benéfico para ambos os países, devemos levar os seguintes pontos em consideração:

1- O governo dos EUA, através de seu Departamento de Estado, constantemente se manifesta e atua no sentido de dificultar a possibilidade do Brasil possuir um programa próprio de foguetes lançadores de artefatos espaciais. Desde a interrupção do programa de foguetes de sondagem Nike – Apache no início dos anos 60, no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI), passando pelas dificuldades do Veículo Lançador de Satélites (VLS) durante a Missão Espacial Completa Brasileira (MECB) nos anos 80 e 90, até a proposição do acordo de salvaguardas em 2001, que foi rejeitado pelo Congresso Nacional por não respeitar a soberania do país, ficou claro que os EUA não apoiam os programas brasileiros voltados para o desenvolvimento de veículos lançadores de satélites.
2- O bloqueio tecnológico imposto pelos EUA não se estende só à tecnologia de lançadores espaciais, mas também se aplica a satélites, como ficou demonstrado recentemente nas dificuldades que afetaram o programa CBERS (“China-Brazil Earth Resource Satellites”); os EUA procuraram impedir a compra pelo INPE de dispositivos e componentes para as câmeras multi-espectrais de observação da Terra para os próximos satélites da série.
3- O uso comercial da base de lançamento em Alcântara (CLA) é de fato importante para a sustentação econômica do PEB. No entanto, o estabelecimento de qualquer acordo que atente contra a soberania nacional é inaceitável.
4- Os recursos oriundos das atividades comerciais de lançamento devem ser aplicados no PEB.
5- A montagem e integração de cargas úteis e satélites aos foguetes devem ser sempre acompanhadas pelas autoridades nacionais responsáveis. No entanto, acordos comerciais podem vir a ter cláusulas que exijam que as equipes (brasileiras) de acompanhamento mantenham sigilo total sobre características e ou tecnologia dos satélites, cargas úteis ou veículos espaciais que estejam sendo lançados a partir do CLA.

A SAB propõe ainda que a AEB promova um debate com os vários atores envolvidos com o PEB, tais como SBGf, SBF, AAB e Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB), antes da visita da Presidenta Dilma aos EUA. A SAB entende que este debate é importante para subsidiar o governo brasileiro no caso de negociações entre os dois países que envolvam a área espacial.

Agradecemos a atenção dispensada e despedimo-nos atenciosamente,

Comissão Espacial da SAB
João Braga (INPE) – Presidente da comissão
Antônio Fernando Bertachini Almeida Prado (INPE)
Eduardo do Couto e Silva (UnB)
Eduardo Janot Pacheco (USP)
José Leonardo Ferreira (UnB)

Adriana Válio
Presidente
Sociedade Astronômica Brasileira


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15 de setembro de 2013 ADM0

Resultado da iniciativa em mostrar seu apoio à entrada do Brasil na ESO (European Southern Observatory), mais de 130 de jovens astrônomos escreveram uma carta de apoio a ESO endereçada aos Deputados das comissões por onde o acordo de adesão deve tramitar. Esta carta encontra-se disponível no site
https://brasilnoeso.blogspot.com.br/
Entre os signatários desta carta estão mestrandos, doutorandos e pós-doutores que trabalham em 34 instituições de pesquisa do Brasil e estrangeiras. Por serem profissionais no início de carreira, manifestaram seu apoio em participar assim do maior, mais abrangente, e mais produtivo observatório mundial. Os jovens astrofísicos também demonstraram seu interesse em serem parceiros do maior telescópio em planejamento, o extremamente grande telescópio ELT (Extremely Large Telescope) de 38 metros de diâmetro, que revolucionará o estudo de planetas, das estrelas, das galáxias, e do universo como um todo.

Esta carta é bastante significativa, pois demonstra a iniciativa e envolvimento dos jovens astrônomos, pois o ELT a ser finalizado daqui a 10 anos será basicamente utilizado por estes profissionais que estão se formando agora. São eles os responsáveis pelo futuro da Astronomia Brasileira e quem mais lucrarão com a adesão do Brasil a ESO.

Segue abaixo a transcrição da carta. Para assinar esta carta, contactar
Ana Chies Santos (ana.chies_santos@nottingham.ac.uk)
Felipe Alves (falves@astro.uni-bonn.de)
Thiago Gonçalves (tsg@astro.ufrj.br)
Emille Ishida (emilleishida@usp.br)
Eliade Lima (eliade.lima@ufrgs.br)
Gustavo Rossi (gugabrossi@gmail.com)

Senhores Deputados,

Nós, cientistas brasileiros em início de carreira (mestrandos, doutorandos e pós- doutores), especializados na área de Astronomia e Astrofísica, vimos por meio desta chamar a atenção para o processo PDC 1287/2013, em tramitação na Câmara dos Deputados.

Trabalhamos em diferentes institutos de pesquisa e ensino do Brasil e no exterior (Europa, Oceania, Ásia, América do Norte, América do Sul e África), representando o país em uma diversidade de tópicos em pesquisa astronômica. Essa multiplicidade cultural e profissional nos permite delinear uma análise sólida e crítica acerca da evolução da pesquisa científica nacional, em particular nas áreas de Astronomia e Astrofísica. A despeito de nossa heterogeneidade, todos partilhamos um apoio incondicional ao projeto que permitirá ao Brasil tornar-se o 15o membro do Observatório Europeu do Sul (European Southern Observatory – ESO).

Devido ao pré-contrato existente, já nos é dada a oportunidade de preparar propostas observacionais para o ESO. Um resultado altamente impactante no meio científico foi recentemente publicado por pesquisadores brasileiros, e destacado dentre as notas de imprensa (https://www.eso.org/public/brazil/news/eso1337/). Isso demonstra que a comunidade astronômica brasileira tem atualmente plenas condições de usufruir dos instrumentos disponibilizados por este acordo.

Entretanto, acreditamos que o ponto crucial a ser considerado não são os resultados que podemos obter neste momento, mas sim o leque de possibilidades que este acordo abre para o futuro da astronomia nacional. A entrada do Brasil no ESO é um projeto que certamente produzirá seus melhores frutos em alguns anos. É algo importante para assegurar a qualidade na pesquisa astronômica brasileira no futuro, não agora. Assim nós, jovens pesquisadores, doutorandos e mestrandos, somos os mais afetados por esta decisão e os que mais têm a perder caso o Brasil não cumpra o acordo.

A possibilidade de participar ativamente de uma instituição como o ESO seduz, ainda, jovens talentos, brasileiros ou não, que estão no processo de se instalar permanentemente em um instituto de pesquisa e ensino. E estamos em uma época oportuna para atrair jovens pesquisadores, uma vez que a Europa e os Estados Unidos enfrentam problemas financeiros que dificultam cada vez mais a entrada de jovens cientistas em suas instituições. Entrar para o ESO não só abre infinitas novas possibilidades para os pesquisadores brasileiros das áreas de astronomia, astrofísica e afins, como também alça o Brasil a um seleto grupo de destinos desejáveis para profissionais dessas áreas. A entrada do Brasil no ESO não se resume à possibilidade de mais dados para os astrônomos brasileiros e, sim, define a entrada definitiva do Brasil no grupo de nações que estará na vanguarda das pesquisas nessas áreas.

A adesão do Brasil ao consórcio ESO representará um enorme passo para a Astronomia brasileira. Em especial, representará um importante avanço na educação científica do país, uma vez que a astronomia é um dos poucos ramos tradicionalmente interdisciplinar na atividade cientifica (englobando por exemplo, física, matemática, biologia, química, geologia, engenharia) e, por isso mesmo, consegue despertar vocações e fomentar a curiosidade científica na sociedade. Vide, por exemplo, o número imenso de inscritos no curso virtual do Observatório Nacional (https://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=89151). Nesse sentido, é importante proporcionar aos nossos jovens não apenas a possibilidade de estudar e contemplar a atividade astronômica mas oferecer condições para que participem ativamente de seu desenvolvimento e incorporem essas experiências ao dia a dia da pesquisa brasileira.

A falta de cumprimento com o acordo assinado pelo então ministro Sérgio Rezende em 2010 significaria, além de tudo, a perda da confiança no Brasil para grandes acordos internacionais e um mal-estar para os cientistas brasileiros. Já que, desde o pré-acordo no final de 2010, o ESO dá ao Brasil os mesmos direitos de uso de suas instalações que os países- membros daquela instituição.

Com base em nossas experiências (alguns como usuários do ESO), temos a certeza de que não há organização astronômica mais bem estruturada no mundo. O investimento do Brasil será pago em 10 anos! Dúvidas sobre o o projeto e a participação do Brasil nele, estão aqui explicitadas: https://www.eso.org/public/about-eso/faq/faq-brazil/FAQ- Brazil_br.pdf

Ajude-nos a construir um Brasil melhor,
Ajude-nos a construir um Brasil com ciência,
Aprovem a entrada do Brasil no ESO!


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15 de setembro de 2013 ADM0

A descoberta de uma estrela muito parecida com o Sol, mas mais velha, está dando o que falar. O artigo publicado este mês no conceituado Astrophysical Journal Letters (ApJL, 774, 32, 2013), liderado pelos pesquisadores de instituições brasileiras TalaWanda Monroe, Jorge Meléndez, Marcelo Maia, Fabrício Freitas (IAG/USP), José-Dias do Nascimento e Matthieu Castro (UFRN) além de Alan Alves Brito (atualmente na Austrália).

O artigo pode ser lido em:
https://www.eso.org/public/archives/releases/sciencepapers/eso1337/eso1337a.pdf

Atualmente, são conhecidas umas 20 estrelas parecidas com o Sol, batizadas de gêmeas solares, algumas mais novas outras mais velhas que a nossa estrela. Dentre estas, 6 foram descobertas por pesquisadores brasileiros. A estrela em destaque aqui é a mais velha gêmea solar descoberta até hoje.

Neste trabalho, os autores utilizaram espectros de ultra alta resolução da gêma solar HIP 102152, obtidos com o UVES no Very Large Telescope (VLT) de 8.2 metros da ESO. Com estes dados foi possível obter, pela primeira vez, uma abundância detalhada desta estrela mostrando que esta é a gêmea que mais se assemelha ao Sol em massa, temperatura efetiva, microturbulência e metalicidade.

Assim como o Sol, esta estrela é deficiente em elementos refratários relativo aos voláteis. Provavelmente uma indicação da existência de planetas terrestres em órbita. No caso do Sistema Solar, acredita-se que os planetas terrestres sequestraram os refratários da nebulosa solar, deixando a estrela central deficiente destes elementos.

A principal diferença entre esta estrela e o Sol é a sua idade, estimada em 8.2 bilhões de anos, prestes a sair da sequência principal. O Sol tem apenas 4.6 bilhões de anos. Isto faz desta estrela, uma análoga mais velha do Sol, e portanto pode fornecer pistas sobre a evolução posterior do Sol e principalmente da sua abundância de Lítio (Li).

Acredita-se existir uma correlação entre a abundância de Li de uma estrela e sua idade, sendo que estrelas mais jovens têm bastante lítio. A abundância de Li da estrela HIP 102152 é a mais baixa registrada para uma gêmea solar até o presente, e pode ser utilizada para construir uma relação entre Li e idade para estrelas gêmeas solares.

Confira também a repercussão deste trabalho na mídia:

ESO
Globo
Ciência Hoje
Veja
USP

Adriana Válio
Presidente


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14 de setembro de 2013 ADM0

Em 31 de agosto deste ano tiveram início as observações do Dark Energy Survey (DES, Levantamento de Energia Escura). O DES é um consórcio de 6 países, incluindo o Brasil, sendo o DES-Brazil apoiado pelo Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA), composto por pesquisadores de várias instituições brasileiras (ON, CBPF, UFRGS, UFF, UNESP, CEFET-RJ, USP, LNCC, UFRJ)

Confira o press-release em:
https://www.linea.gov.br/wp-content/uploads/2013/09/PR-DES-9-3-13_portugues_final.pdf
O DES consiste do mapeamento de um oitavo do céu durante um período de 5 anos, utilizando uma câmera digital (DECAM) de 570 Megapixels, construída no Fermilab (Illinois/EUA), e montada no telescópio Blanco de 4 metros, instalado no Observatório de Cerro Tololo no Chile.

O objetivo do DES é estudar a expansão acelerada do Universo. Uma das explicações propostas para esta aceleração é a energia escura que acredita-se compor 70% do conteúdo do Universo e cuja natureza é até hoje misteriosa. O projeto pretende desvendar a energia escura através de observações de

Número de aglomerados de galáxias em função do desvio para o vermelho (redshift);
Distorções nas imagens das galáxias causadas pelo efeito de lentes gravitacionais fracas;
Caracterização da distribuição de galáxias em grande escala e;
Variação da distância de supernovas do tipo Ia com redshift.

Para tanto, durante o período de cinco anos do levantamento, serão observados 300 milhões de galáxias e 100.000 aglomerados de galáxias. Também se estima que serão descobertas 4000 novas supernovas. Os cinco testes básicos para aceitação dos dados serão realizados pelo grupo DES-Brazil, em associação com a equipe do LIneA.
A diretoria da SAB parabeniza a equipe do LIneA por esta iniciativa, além do que muito provavelmente ainda atrairá e contribuirá para a formação de jovens talentos.

Adriana Válio
Presidente