Nossa História

Breve História da SAB

A Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) foi fundada em 1974 pela comunidade de astrônomos brasileiros e desde então tem promovido reuniões anuais para discussões de trabalhos científicos, além da promoção de simpósios, reuniões de trabalho e servir de contato com os órgãos vinculados à pesquisa no país.

Historicamente, a atividade de pesquisa em astronomia no Brasil teve início bem antes da fundação da SAB, ainda no século passado com a criação do Observatório Nacional (ON), através de um decreto de D. Pedro I em 15 de outubro de 1827 no estado do Rio de Janeiro. Em São Paulo, a atividade astronômica remonta ao início deste século e teve prosseguimento com a instalação, no fim da década de 30, do Instituto Astronômico e Geofísico (IAG), atualmente intitulado Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP). Ainda hoje, estas duas instituições congregam o maior número de astrônomos titulados em atividade no país (aproximadamente 60%). O restante da comunidade está distribuída em algumas Universidades: UFRGS, UFSM, UFSC, UFMG, UFRJ e UERJ, UFES, UEFS, UESC, UFRN, em Porto Alegre, Santa Maria, Florianópolis, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Feira de Santana, Ilhéus e Natal, respectivamente, e em outros órgãos federais: INPE, ITA e LNA.

Desde o final da década de 60, a pesquisa em astronomia no Brasil experimentou um grande desenvolvimento graças ao retorno de jovens doutores recém-formados no exterior ao nosso país, que a partir de então iniciaram a formação de uma nova geração de astrônomos com estudantes formados pelos vários departamentos de Física, existentes nas universidades. Esta nova fase da astronomia brasileira é marcada por um grande salto tecnológico provocado pela entrada em operação de vários telescópios de pequeno porte, do radiotelescópio de Itapetinga e posteriormente pelo telescópio óptico nacional de 1.6 m. Em consequência as pesquisas astronômicas que antes eram predominantemente teóricas passaram a ter um caráter mais observacional, sendo baseadas em dados diretamente obtidos pelos nossos pesquisadores.

Podemos estimar que cerca de 70% dos nossos astrônomos ativos foram formados nesta fase, que inclui também o processo de implantação de uma estrutura de pós-graduação em astronomia. Normalmente, a política adotada para a formação deste pessoal consiste ainda hoje, em dar uma formação básica, a nível de mestrado e doutoramento, e posteriormente enviá-los a centros importantes no exterior para complementar a sua formação acadêmica e de pesquisa. Atualmente, a formação de mestres e doutores no país está concentrada no IAG/USP, ON, INPE, UFRGS, UFMG, UFRJ, UFRN e em outras instituições federais de ensino e pesquisa no país.

Quase todos os doutores em astronomia existentes no Brasil tiveram a oportunidade de estagiar durante pelo menos 2 anos em observatórios europeus ou americanos. Desta forma, é possível contar no país com pesquisadores bastante qualificados, com inúmeras publicações em revistas internacionais com arbitragem. Um bom indicador do nível dos nossos pesquisadores está no fato de que vários dos nossos astrônomos têm conseguido ver os seus projetos aprovados em observatórios europeus e americanos, onde o regime de competição é bastante elevado. Além disso, vários astrônomos brasileiros têm mantido projetos em colaboração com pesquisadores no exterior garantindo assim um contato permanente com centros mais avançados.