Posicionamento da Diretoria da SAB sobre a cobrança de APCs
Em março, a revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society anunciou que mudaria seu modelo de negócios, passando a cobrar taxas de processamento de artigos (APC, do inglês Article Processing Charges). O anúncio fomentou intensa discussão entre grupos de astrônomos do mundo todo, pois o MNRAS vinha sendo o único jornal com grande parâmetro de impacto que não cobrava taxas de autores. Também alguns dos membros da SAB solicitaram à Diretoria para que uma discussão fosse feita, com a tomada de uma posição oficial para ser comunicada à Capes.
A Diretoria formou um grupo de trabalho para levantar informações sobre revistas de área que cobram APC, page charges ou que continuem gratuitas, a partir de uma planilha criada pela Sr.a Regina de Moura, Bibliotecária do Observatório do Valongo (UFRJ). O resultado desse levantamento pode ser consultado aqui. O grupo de trabalho também delineou as linhas gerais da carta que enviamos à Capes acerca dessa situação. Esta carta pode ser lida integralmente aqui.
Em linhas gerais, a Diretoria solicita à Capes:
- que a Capes considere negociar diretamente com uma revista da Astronomia, como o A&A ou MNRAS, para garantir que os pesquisadores brasileiros possam voltar a publicar sem pagamento de APC, em troca de uma assinatura anual.
- que o Open Journal of Astrophysics (OpJA) seja incorporado ao Qualis da SAB, uma vez que é atualmente o jornal com maior parâmetro de impacto na astronomia que é totalmente gratuito para autores.
- que o sistema de Qualis seja reestruturado, pois parte do problema decorre do prestígio conferido internamente pela Capes às revistas de maior impacto, sem levar em conta que essa mensuração de impacto é controlada pelas próprias editoras que lucram com o sistema de publicação científica.
O Grupo de Trabalho para discussão dos APC foi composto por:
- Lucimara Martins (UniCid)
- Ana Chies (UFRGS)
- Héktor Monteiro (Unifei)
- Daniel Brito de Freitas (UFC)
- Rogemar Riffel (UFSM)