III SNEA – Atas – Comunicações em painéis

A DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM ASTRONOMIA EM CANÇÕES DO ROCK CONTEMPORÂNEO (TCP25)

Autores:

Emerson Ferreira Gomes(Universidade de Sorocaba/Colegiado de Física), Thaís Jardim de Oliveira(Universidade de Sorocaba/Colegiado de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia), Luís Paulo de Carvalho Piassi(Universidade de São Paulo/Escola de Artes, Ciências e Humanidades)

Palavras-Chave:

Divulgação Científica; Educação Não-Formal; Arte-Ciência; Rock

Diversas pesquisas refletem sobre o uso de produtos da cultura pop na educação e divulgação em ciências. Esta pesquisa consiste na análise e na elaboração de propostas de divulgação científica a partir da análise de canções do conjunto de rock inglês Muse. Como referencial de análise, utilizaremos os estudos de discurso propostos por Dominique Maingueneau (2004) e para a elaboração das propostas partiremos da teoria sociocultural de Georges Snyders (1988). Para Maingueneau, a enunciação ocorre em três instâncias: cena englobante, relacionada à instância de produção e ao tipo de discurso; cena genérica, relacionada ao gênero de discurso e a cenografia, relacionada à caracterização da enuciação. Já Snyders considera que um produto cultural permite estabelecer conexões entre a cultura primeira do estudante, relacionada aos produtos do cotidiano e da cultura de massa dos jovens, com a cultura elaborada, relacionada ao conhecimento formal trazido pelas diferentes áreas do conhecimento. No caso do conjunto Muse, há um grande interesse da banda por ciência, suas músicas a exaltam reunindo fatos e fenômenos científicos, especialmente da Astronomia. A cena englobante dessas canções está relacionada num contexto pós Guerra-Fria, em que o homem explora o espaço através de diversos telescópios e a consolidação das pesquisas na Estação Espacial Internacional. Quanto à cena genérica, observa-se que o conjunto busca a incorporação e sonoridades eletrônicas e elementos de rock progressivo para reiterar esse discurso sobre a ciência. Já a cenografia das canções apontam uma relação das hipóteses científicas com as questões sociais, ambientais e tecnológicas, através de distopias (“The 2nd Law: Unsustainable”), ironia (“Supermassive Black Hole”) e exaltação (“Starlight”) da exploração espacial. Temos verificado que essas canções permitem o seu uso no processo informal de educação e divulgação da Astronomia, estabelecendo pontes entre a cultura primeira e a cultura elaborada.